(† 1971-2016) A MORTE DE UM TELEFONE – Parte II

Aqui jaz um telefone em orelhão. Neste lugar ele dorme o seu sono infindável, o seu sono eterno. Mas, desde 1971, no que tange à comunicação, ele se constituiu na alegria da comunidade; na alegria dos homens comuns, dos homens do povo - homens que não tinham condições de comprar um telefone fixo para a sua residência, porque a linha era caríssima. Para estes homens, o telefone em orelhão (telefone comunitário) era o seu canal de comunicação direta com os quatro quadrantes do Brasil; e, em alguns casos, com o resto do mundo. Mas, eis que entra em cena a telefonia móvel, bem como a sua popularização. E aí, o próprio homem do povo despreza um bem que um dia lhe foi útil. Relega-o ao abandono, ao ostracismo; permite que condições ambientais desfavoráveis (chuva, poeira, sol, lama, ventos) o destruam. Esquece-se este homem de que este mundo dá muitas voltas, e de que a necessidade (a urgência) está sempre batendo à sua porta. E, se de repente, este homem se encontra em algum lugar sem um aparelho celular, e sem alguém por perto para lhe emprestar um, e quer urgentemente entrar em contato com alguém para dar uma notícia de vida ou de morte, como telefonar através de um telefone em orelhão se o mesmo foi implacavelmente destruído? Eis uma questão de educação e cultura. A escola que deveria trabalhar insistentemente questões relacionadas à preservação da história, de valores e de bens sociais, não o faz. Ela prefere produzir uma educação mais livresca, repetitiva e voltada para um mundo irreal e alienado; causando sérios danos à intelectualidade do homem. É o que se pode denominar de “A Escola e a Produção da Ignorância”; não obstante estarmos inseridos em uma nova era, em um novo contexto histórico e social. Este texto objetiva fazer com que seus leitores reflitam sobre os bens que muito nos serviram no passado e hoje estão desprezados. († 1971-2016) Telefone em orelhão. Aqui jaz. Somente 45 anos de vida. Morreu jovem. Lembranças eternas de todos os seus usuários - telefonistas, corretores de imóveis, namorados, pais, mães, estudantes, professores, políticos, caixeiros viajantes, amigos, parentes, vizinhos, comerciantes, donas de casa e outros. Saudades Eternas! Em sua lápide está escrito: A sua memória será indestrutível e a sua obra será inatingível.
Professor Jorge Barros UESB – DQE – CAMPUS DE JEQUIÉ.Deixe um comentário:
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