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A galinha e a raposa

25/7 A galinha e a raposa

17 de julho de 2015. Esse dia entra para a história do anedotário político de Jequié. Em uma entrevista concedida a uma rádio local o secretário municipal de comunicação social, Jacobson Britto, humilhou a sociedade jequieense ao promover um festival de baixarias ao vivo.

O espetáculo é consequência de denúncias feitas pelo vereador Pé Roxo, que acusa a gestão municipal, dentre outras coisas, de superfaturar preço de produtos adquiridos pela administração pública.

O filho da prefeita no lugar de explicar à população por que comprara o item por valor tão elevado optou por “desafiar” o vereador a acompanhá-lo à sede do Executivo para que o denunciante comprovasse in loco a “lisura” do processo licitatório.

Ao recusar o irônico convite, o vereador Pé Roxo foi achincalhado pelo secretário por meio da jocosa expressão: “- Correu galinha! Tchu, tchu, tchu...”. Esse termo é utilizado como insulto por meninos travessos a outros garotos, o que gera no provocador a sensação de invencibilidade. Qualquer semelhança com fatos da vida real terá sido mera coincidência. Por favor!

Ao cunhar tal expressão, e por se tratar de um médico competente, o autor deixa dúvida em quem o escutara: ou não viveu plenamente a fase infantil ou então não amadureceu o suficiente para ocupar uma posição tão nobre.

Um cargo de primeiro escalão na administração pública exige compostura para o seu exercício. Quando um detentor de posto proeminente faz molecagem no exercício do cargo, a careta não se restringe ao temerário. Na verdade, o déficit de compostura é simbolicamente transferido a todo o povo a quem representa.

Eis aí minha angústia ao ter que assumir o rótulo de cidadão imbecil em virtude de comportamento nonsense daquele que deveria zelar pela boa imagem da cidade. Ironicamente a pasta que o protagonista de tamanho despautério ocupa é a de comunicação.

Ao vereador Pé Roxo não atribuo o papel de vítima, pois o político deve saber em que território caminha. Entretanto, o trabalho que ele desempenha merece aplausos da sociedade, num contexto em que a Câmara Municipal parece acovardada. Ao agir bovinamente o Legislativo Municipal expõe seus membros aos ferozes dentes dos vira-latas na arena das velhas raposas da política.

A propósito do ocorrido valho-me dos ensinamentos de Platão, quando este nos ensina que “o sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo porque tem que dizer alguma coisa”.

Agora me calo!

Verivaldo Santana Lima

Contador de Cliques


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