A LEI ROUANET E A ÓPERA DOS ARTISTAS MALANDROS

A foto desta coluna nos dá uma exata dimensão da imoralidade que era a Lei Rouanet no governo do PT. Que triste fim! A Lei Rouanet que deveria ser um canal só para a produção artístico-cultural em benefício dos artistas e dos produtores culturais e da população brasileira, tornou-se, em muitos casos, no governo do Partido dos Trabalhadores, um canal para contemplar artistas famosos, midiáticos, vaidosos, burgueses, interesseiros e egoístas. Estes não utilizavam os recursos da Lei Rouanet (lei que permite empresas patrocinarem projetos na área da cultura, com direito de abatimento no pagamento de imposto de renda) para a evolução e enriquecimento da nossa cultura, e sim para se apresentarem em Cafés Parisienses, em Palcos Europeus, em Casas de Shows frequentadas somente por aqueles podem pagar ingresso caros, em Circuitos Literários da Elite Intelectual etc. Bertolt Brecht, em 1928, fez uma histórica remontagem da peça A ÓPERA DE TRÊS VINTÉNS, do dramaturgo John Gay. Essa histórica remontagem Brechtniana sintetiza a sua visão da canalhice e do oportunismo dos corruptos em uma sociedade corrompida pelo dinheiro e pelos vícios. O submundo do crime, dos explorados (mendigos) e dos exploradores (burgueses) compõe um cenário que tem como pano de fundo a ganância, o reinado do dinheiro e o mau caráter dos homens (malandros) dominados por ele (dinheiro). No ano de 1978 foi montada no Brasil, pelo cantor e compositor Chico Buarque de Holanda (logo ele!), A ÓPERA DO MALANDRO; que retrata as malandragens e a canalhices do submundo de uma determinada zona carioca. Agora, tomara que surja um cantor e compositor que, baseado no submundo da Lei Rouanet, monte A ÓPERA DOS ARTISTAS MALANDROS. Com a palavra os defensores dos artistas malandros que exploravam a Lei Rouanet e não contemplavam a população brasileira. Mais uma vez citando o genial Brecht: O DINHEIRO É O CENTRO DO MAL.
Professor Jorge Barros UESB – DQE - CAMPUS DE JEQUIÉ