Carro fumacê: Quando deve ser utilizado?

Muito utilizado em tempos passados, o carro fumacê é um equipamento de uso restrito pelos órgãos de controle de saúde. A principal restrição do seu uso regular, indicadas em normas muito bem definidas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), é de que sua utilização só pode ocorrer quando houver surtos ou epidemias de dengue, chikungunya ou zika, o que no momento não ocorre em Jequié. Mesmo diante das reclamações sobre o aumento na quantidade de mosquitos, que vêm incomodando a população, a prefeitura não está autorizada a fazer uso do carro fumacê. O Departamento de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, acrescenta ainda que a eficácia deste procedimento é contestada, uma vez que só atinge o mosquito alado (adulto). Desta forma, não combate os ovos e larvas do mosquito, além disso, o inseticida utilizado na borrifação é prejudicial à saúde das pessoas, principalmente crianças, idosos e doentes crônicos, causando também problemas à fauna local, como por exemplo, a morte de outros animais. É importante salientar que inseticida é pulverizado com óleo diesel para possibilitar fumaça e fixação. O uso do fumacê é uma forma apenas emergencial e complementar às demais técnicas de enfrentamento ao mosquito. Por isso, a indicação tem normas muito bem definidas pela SESAB e que são seguidas pela Secretaria de Saúde de Jequié. “O inseticida do fumacê mata a fêmea adulta e para isso ela precisa estar voando. Ele depende de questões climáticas, sendo que se o vento estiver forte leva o inseticida embora. Outra indicação é que não pode estar chovendo e há horários específicos em que a nuvem do produto percorre o espaço necessário para atingir o mosquito. Quando o carro de UBV/Fumacê passa em uma rua, se a casa tiver muro alto, por exemplo, o veneno não vai chegar até a parte interna das casas, então não vai eliminar mosquito nenhum. Além disso, o fumacê não tem ação residual, ou seja, aquela larva que está no vaso de planta não será eliminada.”, explicou a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Jaciara Mendes. “Precisamos manter o combate ao mosquito sim, mas, sobretudo, com as práticas que vêm sendo orientadas pelos agentes de combate às endemias, fortalecendo a ação individual de limpeza nos quintas e a higienização das vias públicas com o trabalho que já vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Serviços Públicos, através do faxinaço, com a varrição e capinagem das margens do Rio Jequiezinho, além de ruas e terrenos baldios e a desobstrução de canais de escoamento de águas pluviais. Tudo isso faz parte do conjunto de ações que auxiliam no combate ao mosquito.”, disse o secretário de Saúde, Hassan Iossef. O combate ao mosquito vem sendo feito através da ação dos agentes de combates a endemias da Secretaria de Saúde de Jequié, indo aos diversos bairros e distritos, com orientações de combate ao aedes egypti, mas a população é parte fundamental nesta luta, colocando em prática a limpeza de quintais; mantendo caixas d’água e tanques bem tampados; evitando jogar lixo em terrenos baldios; não deixando água acumular sobre a laje e calhas entupidas; evitando guardar pneus velhos, garrafas e qualquer recipiente que possa acumular água parada. O município faz a parte dele contando com o auxílio das boas práticas por parte da população.