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Coluna Jorge Barros | Cine Jequié, só restou a nostalgia

13/1 Coluna Jorge Barros | Cine Jequié, só restou a nostalgia

Foi - se uma grande e bela história. E o antigo prédio do Cine Jequié já não mais existe; foi-se a sua glória. Inaugurado no dia 07 de setembro de 1948 - portanto lá vão 76 anos completos de história -, ele foi um marco na jornada da sétima arte em Jequié. A sua arquitetura foi ao chão, lamentavelmente. Hoje, só nos restam vultos de lembranças; só nos restam memórias e nada mais. Quem diria, um ESPAÇO ARTÍSTICO que nos tempos idos já foi palco para grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB): Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Orlando Silva, Roberto Carlos e tantos outros, hoje é mais uma vítima da fúria do capital moderno e de administrações municipais (mais precisamente a partir da década de 1980) que desviaram o olhar da inteligência sobre esse belo espaço artístico-cultural; o olhar de administradores que não consideram a cultura e arte como vetores das transformações sociais e políticas, bem como da formação da cidadania. No tocante à sétima arte - filmes e seus gêneros -, o cine Jequié, por muitos anos, proporcionou à comunidade jequiense a exibição de películas (cinema analógico) com grandes astros e estrelas do cinema nacional e de Hollywood. Naquelas jovens tardes de domingo, como era prazeroso dar gargalhadas com as loucuras e atrapalhadas nas comédias de riso fácil com Grande Otelo, Oscarito, Dercy Gonçalves, Renata Fronzi, Zé Trindade e outros artistas de peso, que, lamentavelmente, hoje o cinema nacional não produz mais. Produções de Hollywood com seus astros e estrelas, no passado, coloriram a tela do Cine Jequié para o deleite daqueles consideravam o cinema como uma forma de entretenimento para o escapismo das lutas cotidianas da semana, bem como para reflexões de muitas histórias vistas na tela. Não à toa a vida imita a arte (ou a arte imita a vida?). Charles Chaplin com o seu eterno Carlito fazia o público ri e chorar simultaneamente; a beleza estonteante de Elizabete Taylor, na tela, nunca passava desapercebida; a bravura do cowboy Jonh Wayne assustava a todos; a rebeldia de James Dean em Assim caminha a humanidade deixava o público perplexo; Clark Gable, Vivien Leigh e Olivia de Havilland, em ...E o vento levou, formavam um trio perturbador. O grande cinema se foi; O cine Jequié reduziu-se apenas a uma bela história. Este texto contou com a significativa colaboração do historiador e cineasta Robson Roberto, que já produziu um belíssimo documentário sobre as glórias do Cine Jequié. Se você, que ama o cinema, ainda não o assistiu, assista-o.

Jorge Barros

Contador de Cliques


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