Coluna Jorge Barros: Aproxima-se a cerimônia do Oscar 2019, mas sem nenhum franco favorito ao prêmio de melhor filme

Próximo domingo, 24, cerca de dois bilhões de espectadores, distribuídos pelos cinco continentes, estarão diante de um aparelho de TV ou de uma tela de outro recurso midiático, para assistir ao maior evento festivo do cinema que se tem notícia até hoje (a cerimônia do Oscar). Em Jequié, na pior das hipóteses, cerca de três mil espectadores estarão prestigiando a festa; apesar de não existir nenhuma sala de cinema na cidade, bem como outros espaços para a projeção de filmes em tela grande no formato 2D e 3D, para que tenhamos o prazer de assistir aos grandes lançamentos do cinema moderno. Triste fim de uma cidade que, no passado, mais precisamente nas décadas de 40, 50 e 60, orgulhava-se de possuir várias salas para exibição de filmes. E, mais precisamente na década de 60, também se orgulhava de possuir um Clube de Cinema. Cineastas por aqui passavam para ministrar palestras sobre a Sétima Arte. A 91a edição de premiação da Academia de Cinema de Hollywood, no dia 24, escolherá o melhor filme do ano; pelo menos essa é a proposta dos seus mais de seis mil votantes. Mas o Oscar nunca foi unanimidade em matéria de premiação e, tampouco, nunca significou necessariamente qualidade artística indiscutível. Se assim o fosse, filmes como Cidadão Kane( Citizen Kane), considerado o melhor filme de todos os tempos por críticos renomados, teria sido premiado como melhor produto artístico no ano de 1941; Cantando na chuva, com o genial Gene Kelly, de 1952, seria lembrado pelos votantes da Academia; Meu pé esquerdo, de 1989, uma obra prima do diretor Jim Sheridam, não teria perdido o Oscar para o medíocre e meloso Conduzindo Miss Daisy, em 1990; o filme Avatar, de James Cameron, não seria derrotado pelo estressante e perturbador Guerra ao terror, em 2010 etc. Como a premiação de melhor filme depende muito da guerra de publicidade entre estúdios e produtores, de campanhas tendenciosas destes mesmos produtores, e de muita propaganda para quem deve ver, justificam-se tantos erros e injustiças nas premiações no ano de 1927 e nos seguintes. Na noite do dia 24 (domingo), oito produções artísticas concorrem ao prêmio máximo da Academia. São elas: Roma, A favorita, Infiltrado na Klan, Vice, Pantera Negra, Green Book: O guia, Bohemian Rhapsody e Nasce uma estrela. No geral, as premiações mais importantes que acontecem antes do Oscar, servem de indicadores para o franco favorito ao mesmo. Porém, para essa edição, qualquer um dos oito indicados pode surpreender. Nas principais premiações deste ano que antecederam ao Oscar, nenhum filme teve sequer dupla premiação. No Globo de Ouro 2019, Behemian Rhapsody foi eleito o melhor filme; na festa do Critics’ Choice Movie Awards ( festa do Cinema Independente), o filme Vice foi o vencedor; na premiação do SAG Awards ( Prêmio do Sindicatos dos Atores), a película Pantera Negra ( filme de super-herói) desbancou os outros concorrentes; No Prêmio BAFTA ( o Oscar inglês), Roma, do diretor Afonso Cuaron, recebeu a medalha de ouro. Antes da noite de premiação do Oscar, centenas de bolsas de apostas são feitas pelos fãs de cinema em Los Angeles e nas demais cidades do planeta. A maioria esmagadora dos apostadores já têm consciência de que o Oscar 2019 é o Oscar da dúvida. Quem vencerá? Confira você mesmo (a) na noite do dia 24. Em um filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação (Charles Chaplin)
Professor Jorge Barros.