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Coluna Jorge Barros: Black Friday, Black Fraude, de ilusão também se vive

30/11 Coluna Jorge Barros: Black Friday, Black Fraude, de ilusão também se vive

Ainda é tempo de Black Friday, Sexta - Feira Negra: correria no comércio, ânsia por compras, gastos desnecessários, propagandas enganosas, consumo compulsivo, inconsequente endividamento, estouro no orçamento doméstico etc. Assim caminha a humanidade; a humanidade brasileira também caminha assim; a humanidade jequieense também segue pelo mesmo caminho. Em tempos de pós-modernidade, a sociedade de consumo extravagante veio para ficar; veio para ficar e escravizar aqueles que se preocupam em ter, e não em ser; aqueles que se preocupam com o jogo das aparências, e não com a aparência real do jogo da vida. Hoje, mais vale um celular de tecnologia de última geração do que um bate-papo em rodas de amigos, ainda que seja só para conversar sobre trivialidades(coisas banais do cotidiano). Hoje, pesa mais ter um luxuoso aparelho de TV conectado à internet do que encontros familiares em que se discute sobre perspectiva e esperança de vida de cada membro da família. Hoje, mais vale perder horas e horas navegando no mundo cibernético (mundo dos computadores) do que ficar atento às necessidades de pessoas mais próximas. Não à toa que, nas últimas décadas, solidão, depressão, angústia, tristeza, vazio e medo se constituem em parceiros inseparáveis daqueles que veem nos bens materiais a razão da vida; daqueles que desprezam a razão da vida pela ilusão da vida. A sociedade de consumo extravagante tem moldado tanto o homem moderno que ele sequer é capaz de perceber que a fantasia da propaganda enganosa o induz a gastar o que não tem para comprar o que não precisa; o induz para comprar hoje o que ele já comprou ontem e o convida para comprar amanhã, depois de amanhã... A violência do convite para o consumo exagerado é tamanha que muitos vendedores de ilusão não se contentam só com a Black Friday, e, por isso, também convidam a todos para Black Week (Semana Negra), Black Month (Mês Negro). Não demorará muito o apelo para o Black Year (Ano Negro). Quanta ilusão! Quanto devaneio de um tolo sonho de consumo. Tolo sonho de consumo que, ao banharem-se nas águas da propaganda enganosa, muitos adquirem produtos com 60% de desconto do triplo do valor inicial deles. À guisa de exemplo, um aparelho de celular que custa R$ 1.000,00 (mil reais), o vendedor altera o valor para R$ 3.000,00 (três mil reais), e concede ao comprador 60% de desconto, o que equivale a R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). O comprador paga apenas R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais). FRAUDE. O mundo de ilusão do comprador é tão estúpido que ele não percebe que, às vezes, na Black Fraude, paga pelo objeto um valor bem maior do que o original. Black Friday, Black Fraude, de ilusão também se vive. Livro e filme indicados nesta coluna. Livro: As mais belas parábolas de todo os tempos. Alexandre Rangel. Belo Horizonte, MG: Editora Leitura, 2002. Aprender com parábolas, é aprender com inteligência. Boa leitura. Filme: Judas e o Messias Negros (Judas and Black Messias), 2021, do diretor Shaka King. Com Daniel Kaluuya, Lakeith Stanfield, Jesse Plemons e outros. Filme baseado em fatos reais, e que aborda os bastidores da traição ao Movimento Pantera Negra, orquestrada exatamente por um negro (William O´Neal), na Chicago de 1968. Filme disponível em plataforma de streaming. Premiado com os Oscar de ator de suporte, Daniel Kaluuya (excelente) e canção original, Fight for You. Bom prazer, boa reflexão literária. Professor Jorge Barros

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