Coluna Jorge Barros: Comédias escrachadas, religiões de matriz africana e a esquerda brasileira

E se um grupo de artistas da comédia escrachada fizesse um especial de natal satirizando, escrachando, escarnecendo, entidades de religiões de matriz africana (Candomblé, Cabula, Culto aos Egungun, Cabula, Catimbó, Umbanda, Quimbanda, Xambá, Batuque etc), no mesmo nível do especial de natal do porco Grupo Porta dos Fundos, como se comportariam os esquerdistas de discursos vazios, a mídia lixo, os partidos de esquerda e a porca imprensa brasileira? Certamente exteriorizariam todas as manifestações de repúdio, de indignação e revolta. Não faltariam jornais panfletários vermelhos detonando o especial e seus autores; não faltariam calorosos debates em assembleias legislativas e no congresso nacional, externando toda a indignação ao especial; não faltariam intelectuais e artistas de esquerda das mais diversas camadas sociais fazendo discursos eloquentes contra o evento. Eu já li, e você, eleitor, também já leu muitos artigos de esquerdistas vermelhos e seus partidos sobre a liberdade de religião, neles constando a hipocrisia costumeira: não à intolerância religiosa, ao preconceito religioso, à discriminação racial, ao desrespeito às entidades religiosas, à violência contra os negros, à violência contra a liberdade de cultos africanos etc. Mas a Constituição Brasileira não exige respeito só às religiões de matriz africana e aos negros. Ela exige respeito a todas as religiões e raças, porque o Estado é laico; e vivemos sob a égide de uma democracia representativa e em uma sociedade plural. O Brasil é a soma de todas as raças, de todos os credos, de todas as culturas e etnias. Temos sangue de índios, de brancos, de negros e de europeus. Quem quiser mais informações sobre esse tema, é aconselhável fazer uma leitura (ou uma releitura) da própria Constituição Brasileira. Não professo nenhuma religião e não frequento nenhuma igreja, mas aprendi que devo respeitar todas as religiões e todos os credos. A mim foi dado o direito de acreditar ou não nos princípios dessa ou daquela religião, mas nunca o direito de ofender, satirizar, zombar, escarnecer, desdenhar, os princípios de nenhuma delas. Ficou claro? E, mais uma vez, uma advertência aos integrantes do porco Grupo Porta dos Fundos: Colhe tempestades quem semeia ventos; colhe discórdia triplicada quem semeia discórdia; , colhe maldição quem semeia calúnias e ofensas; terá uma jornada de trevas e agonia pela frente quem semeia blasfêmias contra Deus. É melhor (muito melhor) você não praticar nenhuma destas ações.
Professor Jorge Barros