Coluna Jorge Barros: COMO É DIFÍCIL LIBERTAR OS TOLOS DAS CORRENTES DA ESCRAVIDÃO QUE ELES VENERAM

Filósofo é aquele que sabe ver e interpretar o mundo com clareza. Filósofo, aqui, não necessariamente um indivíduo formado em uma universidade ou possuidor de vastos conhecimentos científicos no campo das ciências humanas e literárias. Um simples homem do povo pode ser um filósofo; basta ele saber ver e interpretar o mundo com precisão matemática e coerência política. Retornando ao título desta coluna: Como é difícil libertar os tolos das correntes da escravidão que eles veneram, frase pronunciada pelo filósofo Voltaire, deparamo-nos com uma verdade estarrecedora e uma amarga experiência em tempos de pandemia e crimes políticos. À guisa de simplificar essa narrativa, citam-se aqui casos de crimes cometidos contra a população e sua árdua sobrevivência: os confinamentos radicais obrigatórios (lockdowns criminosos) em Salvador e em São Paulo. A consequência desses confinamentos nessas duas metrópoles: milhões de desempregados, centenas de empresas e casas comerciais fechadas, milhares de CPF cancelados, centenas de empresários falidos, milhares de pessoas famintas e já dormindo em baixo de pontes e marquises de prédios particulares e públicos etc. Esses trabalhadores, sem esboçarem reação, obedeceram às ordens dos criminosos políticos: Fique em casa; a economia a gente vê depois. Mas, em outubro do ano passado, o eleitorado de Salvador elegeu, em primeiro turno, o candidato do prefeito ACM Neto, Bruno Reis (fato inédito). Em São Paulo, o eleitorado levou para o segundo turno o candidato adepto da filosofia dos vagabundos (Invade Casa, Saia de Casa) e o prefeito Bruno Covas (Bruno Abre Covas), que tentava reeleição, adepto da filosofia “Fique em Casa, Não Saia de Casa”, reeleito, por mais absurdo que pareça. Resultado: após as eleições de outubro, essas duas cidades voltaram a mergulhar no caos provocado pela pandemia do coronavírus: mais confinamentos radicais e criminosos, novos toques de recolher não menos criminosos, mais fechamentos de comércio, mais desempregados no olho da rua, crescimento da fome, extensão da desesperança, aumento da estatística da pobreza, acréscimo de sofrimento, depressão e pânico. O que já estava ruim, ficou pior; o que já era uma tragédia, tornou-se uma catástrofe; o que já era uma aguda crise, tornou-se um desastre econômico. Mas o eleitorado paulistano e o soteropolitano (eleitorado de Salvador) provaram, nas eleições passadas, que amam as correntes da escravidão e subserviência. Amam o chicote dos opressores. Rejeitaram a filosofia de Voltaire. Não quiseram ser filósofo. Os opressores dessas duas metrópoles receberam de seu eleitorado um cheque em branco e assinado, para ser descontado durante os próximos quatro anos. Agora é tarde. Mais quatro anos de mais puro terror, medo, agonia e perdas e danos. COMO É DIFÍCIL LIBERTAR OS TOLOS DAS CORRENTES DA ESCRAVIDÃO QUE ELES VENERAM. Lamentável! Livros indicado: 1. Medida por medida – O direito em Shakespeare, o que o bardo nos ensina sobre justiça. José Roberto de Castro Neves. 6ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019; 2. Contos/Anton Tchekhov. Tradução Tatiana Belinky, 4ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018. Filmes indicados: 1. Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club), 2013. Filme dirigido por Jean - Markc Vallée, e com Matthew McConaughhey e Jared Leto no elenco. Uma abordagem diretiva e crua sobre o surgimento da AIDS no início da década de 1980. Premiado com três Oscar da Academia de Cinema: melhor ator (Matthew), ator coadjuvante (Jared) e maquiagem e cabelos; 2. 12 anos de escravidão (12 years a slave), 2013. Dirigido por Steve McQueen, e com Chiwetel Ejiofor, Michel Fassbender e Lupita Nyong’o no elenco. A escravidão nos Estados Unidos transformava negros livres em escravos novamente. Essa é a mensagem desse filme. Produção premiada com o Oscar de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante Lupita Nyong’o. Vale a pena conferir.
Professor Jorge Barros