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Coluna Jorge Barros: LEMBRANÇAS DO COTIDIANO, UMA REFLEXÃO PARA OS FEIRANTES DE JEQUIÉ

03/9 Coluna Jorge Barros: LEMBRANÇAS DO COTIDIANO, UMA REFLEXÃO PARA OS FEIRANTES DE JEQUIÉ

Oh! Que belos dias! Às vezes, lembrar é resistir; às vezes, lembrar é refletir. Foram-se os tempos em que viver, trabalhar, lutar e amar confundiam-se com o próprio paradoxo do tempo, com o paradoxo das certezas e incertezas, não há dúvidas. Como eram belos aqueles tempos em que os nossos feirantes viviam sossegados, trabalhavam em paz, produziam em paz: abrindo e fechando suas barracas nos dias certos, nos momentos certos, nas horas certas. Oh! Que belos dias! Chegavam pela manhã - manhã de verão, de outono, de inverno, de primavera -, abriam suas barracas, vendiam, compravam, negociavam, lucravam, riam, permutavam, passavam troco, choravam, e, à tarde, mais precisamente ao cair da tarde, quando o sol se despedia da própria luz do sol, iam embora; para retornarem no outro dia, em um outro dia de rotina, em um dia como tantos outros de uma jornada de suor e cansaço. Essa luta renhida ( laboriosa) era para manter o sustento das famílias; era para comprar um gole de leite e um pedaço de pão para os filhos; era para garantir o dinheiro para todos ( ou quase todos) os gastos domésticos – luz, água, IPTU, remédios, roupa... Supérfluos, só de vez em quando. Para que desejar algo além do necessário, se a sobrevivência já foi garantida! Mas os dias de incerteza chegaram; os dias de pandemia trouxeram amargura, destruição e desespero; os dias de interrupção da cadeia produtiva ( fechamento do comércio, toques de recolher criminosos ), provocados por erros e equívocos de uma administração desastrada e inconsequente, fecharam barracas, deterioram alimentos, apodreceram alimentos, desempregaram barraqueiros, destruíram sonhos de vendedores, levaram à fome dezenas de feirantes, levaram à fome filhos de feirantes, levaram à fome familiares de feirantes, desempregaram feirantes. Barracas, frutas, verduras, legumes, alimentos, feirantes, dias felizes, poesia, arte... Nem tudo ficou perdido nesses dias de horrores patrocinados pela pandemia, por governadores lacaios, prefeitos bandidos, secretários de saúde criminosos e outros agentes do terror da COVID – 19. Um novo amanhecer, ainda que chuvoso, é a bússola para o início de uma nova caminhada, UMA NOVA ERA, UMA NOVA FEIRA... AVANTE! AVANTE! AVANTE! Na foto desta coluna: a arte, a poesia, a feira, uma barraca e um homem do povo em mais um dia de luta.

Professor Jorge Barros

Contador de Cliques


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