Coluna Jorge Barros: Lágrimas que choram por uma cidade destruída pelos seus maus políticos

Ainda és bela, sem nenhuma sombra de dúvida. Os teus encantos, traçados pela inteligente natureza, ainda mostram lembranças de um passado, quando eras administrada por políticos de honra, mais precisamente prefeitos e vereadores brilhantes; administradores políticos competentes e comprometidos com o teu progresso e a tua história. Com estes administradores, as tuas ruas eram calçadas e bem cuidadas. Os teus postes e as tuas luminárias antigas e belas propagavam luzes da cidade; as tuas praças, bem cuidadas e com jardins floridos, davam prazer às visitas, aos passeios vespertinos e noturnos, e ao lazer para todas as faixas etárias, principalmente ao pôr do sol (ao cair da tarde). Tu tinhas um AEROPORTO que era orgulho de todos os munícipes; hoje, dele só restam abandono, descaso e descrédito; humilhação pura. O teu maior, mais belo e icônico rio, O RIO DAS CONTAS, era uma fonte de sobrevivência, de preservação da natureza e vida. Hoje, ele é apenas O Rio da Morte; O Rio da Morte da Natureza; O Rio da Extinção da Vida. Dejetos, esgotos e correntes de águas podres, que ficam a céu aberto, atestam a incompetência e a falta de trabalho dos prefeitos e vereadores idiotas, além de criminosos, evidentemente, que já se elegeram por ti. Até a tua bela e histórica ponte, A PONTE DO MANDACARU, de lá para cá, sofreu mudanças hostis, a ponto de ser chamada de um lugar silencioso para passeios e lazer, para um lugar de poluição sonora, caos e conflitos urbanos. Lágrimas que choram por ti, Jequié, que, em um passado não muito distante, já ocupastes o posto de terceira cidade do estado da Bahia, no tocante ao desenvolvimento socioeconômico, político e cultural. Já fostes chamada de A PRINCESINHA DO SUDOESTE BAIANO. Quanta honra! Quanto brilho! A partir de 01 de janeiro de 2021, o teu futuro ainda é incerto, sombrio, pobre e miserável. A maioria dos teus eleitores ainda teimam barganhar o voto - um instrumento inalienável da democracia representativa e do progresso - por cestas básicas, carteiras de habilitação, laqueaduras, pagamentos de contas de água, luz e receitas médicas, cobertores, dinheiro, blocos, sacos de cimento, sapatos e outras mesquinhas moedas de troca. Afinal de contas, pobre se engana mais facilmente! Para estes políticos canalhas, o voto deve ser conquistado pelo estômago, e não pelo cérebro. Como se prostituiu a cidade do progresso - Jequié, a Cidade Sol. A noite de horror é dos políticos bandidos, lacaios e criminosos que se elegeram e tentarão se eleger por ti, mas o romper da aurora será de todos os jequieenses heróis. Heróis jequieenses sempre existirão. Dicas de livros e filmes desta coluna. Livros: 1. O conde de Monte Cristo. Alexandre Dumas. São Paulo: Editora Tecnoprint Ltda, 1971; 2. Grandes Escritores. Julian Patrick. Rio de Janeiro: SEXTANTE, 2009. Filmes: 1. Farrapo humano (1945), de Billy Wilder. Com Ray Milland e grande elenco. Premiado com 04 Oscar da Academia de Cinema de Hollywood – Filme, diretor (Wilder), ator (Rey Milland) e roteiro adaptado; 2. A mocidade é assim mesmo (1945), de Clarence Brown. Com Anne Revere (Oscar de melhor atriz coadjuvante), Elisabeth Taylor e elenco de apoio. Vencedor também do Oscar de melhor montagem. Bom divertimento.
Professor Jorge Barros