Coluna Jorge Barros: O entardecer de Michel Temer (PMDB)

Nesta vida tudo tem o seu preço; a conquista do poder que o diga. Michel temer, diga-se de passagem, nunca foi flor que se cheire. Sempre quis ficar a ao lado do poder e no poder. Recorde-se: após o sepultamento da ferrenha ditadura militar, em 1985, ele ficou de mãos dadas com José Sarney - uma espécie de filho da ditadura militar branda; em 1990 aliou-se ao garoto propaganda Fernando Collor de Mello - um fruto de meia estação, aquele que só amadurece por fora; em 1992 foi aliado contumaz de Itamar Franco (o substituto de Collor); de 1995 a 2002 não abriu mão de enrolar-se nas bandeiras neoliberalistas (política de implantação do estado mínimo) de FHC; de 2003 a 2010 caminhou pela trajetória traçada pelo PT da era Lula e, de 2011 a 2016, foi um fiel aliado de Dilma Rousseff (Quem diria!). Pelo que está exposto, Michel Temer nunca teve uma identidade (uma cara) política. A sua meta era, é e sempre será o poder; e nunca fez questão de esconder isso. Olhando nos olhos de Michel Temer tem-se a impressão de que ele só não ficou ao lado dos generais golpistas porque estes não lhe deram vez (corda). E, de tanto sonhar com o poder, Michel Temer, quem diria, chegou ao poder máximo. Conseguiu ser presidente da República, pelas vias que todos já sabem. Mas o brilho de M. Temer se assemelhou a um meteoro, isto é, passou rápido, fugaz. Enquanto ele se intitulava o presidente das reformas, da recuperação do Brasil, o presidente que estava colocando o Brasil nos trilhos, apesar da baixíssima popularidade, encontrava-se com Joesley Batista, na hora mais escura (à meia-noite), no Palácio do Jaburu, para traçar esquemas de corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução à justiça. E por estes três crimes torna-se primeiro presidente a ser denunciado pela Procuradoria Geral da República, no exercício do mandato. Se ele irá permanecer no poder até 31 de dezembro de 2018, não se sabe; só se sabe que o seu entardecer já chegou muito antes do que ele próprio imaginava. E, como afirmara o pensador Pablo Gabriel Ribeiro Danielli: Quando você acha que já viu de tudo nesta vida, vem a política e lhe mostra que as coisas podem piorar ainda mais. Aviso aos corações desesperados: Em 2014, no primeiro turno, votei em Marina, e prometo nunca mais repetir essa façanha. No segundo turno votei nulo. Não me senti representado nem por Dilma e nem por Aécio. Pelo menos para mim, voto é uma questão de confiança. Se tivesse votado em um dos dois, assumiria o ato sem nenhum problema. Nunca tive medo de assumir minhas posturas políticas e pessoais. Sou um cidadão livre.
Professor Jorge Barros UESB – Campus de Jequié