Coluna Jorge Barros: Oscar 2017 – 90 anos de prêmios e de muitas injustiças cometidas

No dia 26 deste, quase dois bilhões de pessoas estarão diante de um aparelho de TV para assistir a mais uma festa de premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Os Academy Awards). Em Jequié, apesar de não haver nenhuma sala de exibição de filmes, muitos amantes do cinema assistirão à cerimônia de premiação. O consolo dos jequieenses amantes do cinema é assistirem aos filmes em outras cidades (Salvador, Vitória da Conquista, Itabuna/Ilhéus, Santo Antônio de Jesus etc.) ou se contentarem com imagens reduzidas e ruins em DVDs, em Blu-ray, ou até mesmo em fita VHS. Quanta decadência para uma cidade que, no passado, mais precisamente na década de 1960, até Clube de Cinema tinha. Segundo alguns relatos históricos, até cineastas de Hollywood por aqui passavam e ministravam palestras. Alguns críticos (críticos?) odeiam quando faço relatos sobre o passado, como se este não tivesse relevância para o presente – uma Jequié sucumbida no mais profundo atraso. Esses críticos (críticos?) mostram uma lúcida falta de leitura e uma evidente incapacidade de reflexão. O Oscar é o prêmio mais cobiçado e o que provoca mais polêmica no período que antecede o dia D da premiação, e também depois dela. Os grandes estúdios de Hollywood travam uma verdadeira batalha para que suas produções entrem na lista dos indicados. Um filme premiado com o Oscar de melhor trabalho artístico, não raro, atrai para a conta bancária do estúdio mais de duzentos milhões de dólares. Em 1982, o filme Carruagens de Fogo não estava previsto para ser lançado no Brasil. Mas, ao ser premiado com o Oscar de melhor filme, derrotando concorrentes de peso como Os caçadores da arca Perdida, Reds, Num Lago Dourado e Atlantic City, os brasileiros tiveram a oportunidade de conhecer a emocionante história de dois corredores obsessivos e determinados nas olimpíadas de 1924, tema central do filme. Criado em 1927, o Oscar tinha como finalidade premiar e divulgar, nos quatro cantos do planeta, o trabalho de diretores, produtores, interprete roteiristas e demais realizadores da sétima arte de Hollywood. Anos depois começou, de forma tímida, a dar chances a produções estrangeiras. Em 1948 o filme italiano Sciuscia, dirigido pelo diretor Vitório de Sica, recebe um prêmio especial (honorário). As injustiças que o Oscar cometeu até hoje são muitas; é praticamente impossível fazer o relato de todas. Aqui, relatam-se apenas algumas. Ei-las: considerado pelos críticos como o melhor filme de todos os tempos, Cidadão Kane, dirigido pelo genial Orson Welles, só recebeu um minguado prêmio de roteiro original, em 1942; o grande diretor inglês Alfred Hitchcock, o cineasta do suspense, morreu sem colocar um Oscar de direção em sua lareira; os antológicos dançarinos e sapateadores Gene Kelle e Fred Astaire, que muito suor, sangue e lágrima deram pela sétima arte, nunca receberam um Oscar de merecimento; Natalie Wood, Glória Swanson e Débora Kerr, atrizes de peso que deram lucro à indústria do cinema, foram apenas indicadas, mas nunca premiadas; o eterno vagabundo Charles Chaplin morreu esquecido pela Academia. Nas próximas colunas, comentários sobre as principais categorias que concorrem ao Oscar e as chances de cada uma na noite de premiação, 26.

Professor Jorge Barros

Presidente da Comissão de Mobilização

Em Defesa da Criação da UNERC

A Autonomia Para o Ensino Superior

Em Jequié e Região.