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Coluna Jorge Barros: Panorama Visto da Ponte do Mandacaru

04/9 Coluna Jorge Barros: Panorama Visto da Ponte do Mandacaru

Caso seja possível, vá até a Ponte do Mandacaru, posicione-se mais ou menos no centro da mesma, e olhe para baixo. O que você verá? Certamente não verá um rio, mas a imagem de águas podres e fétidas em pequenos movimentos que, no passado, embelezavam o principal rio que corta as terras de Jequié e Região: o Rio das Contas. Ele está morto. As suas águas transportam as marcas da maldade do homem pós-moderno que se preocupa mais com o lucro fácil, com objetos descartáveis e com a tecnologia além da racionalidade humana. No velho Rio das Contas não se vê mais: lavadeiras em atividades e cantando suas canções populares; pescadores jogando suas redes e anzóis; crianças brincando às suas margens; aquele saudável baba de fim de tarde; peixes em abundância para saciar a fome de populações ribeirinhas; canoas transportando frutos da terra etc. Ele é a mais fiel imagem da degradação de um Rio que passou em nossas vidas. Quando a população de Jequié irá ressuscitá-lo? Quando o legislativo e o executivo jequieenses irão se envolver em um significativo e grande projeto para revitalizá-lo? Com a degradação do Rio das Contas, o meio ambiente, dia após dia, é violentado, é agredido, e as consequências para a cidade de Jequié e Região é visível a olho nu: enchentes; altas temperaturas; queda do nível da água acumulada na barragem de pedra; a morte da fauna e da flora que o cercam; desequilíbrio ecológico com um todo. Na última vinda do governador Rui Costa a esta cidade, a classe política de Jequié (o legislativo e o executivo) e lideranças de organizações sociais perderam uma ótima oportunidade de levá-lo até a Ponte do Mandacaru e mostrar-lhe o panorama de uma miserável realidade ecológica que nos empobrece de 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Se fizessem isso, quem sabe não surgiria à proposta de um grande projeto de parceria entre prefeitura, governo do estado, governo federal e entidades privadas para a revitalização do Rio das Contas! A classe política de Jequié, lideranças de organizações sociais e a sociedade jequieense como um todo devem se conscientizar disso: Quando se reivindica ao governador somente cestas básicas, dele só pode se esperar cestas básicas, e nada além de cestas básicas. Eu tenho a impressão que todos entenderam a mensagem, ou não?

Professor Jorge Barros.

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