Coluna Jorge Barros: Por que o Centro de Cultura de Jequié está longe do bom teatro

O centro de Cultura de Jequié está longe do bom teatro porque ele é vítima de uma política cultural mesquinha, vadia, enganadora; séria somente em época de campanhas políticas, em que se mente e promete muito. Outro fator que contribui para a sua deterioração e sucateamento é a falta de interesse da sociedade jequieense em abraçar sua causa e lutar por ela. Uma sociedade que tem a plena consciência do papel do gestor público em relação aos bens públicos, que não se deixa enganar por uma administração pública descomprometida com a evolução da cultura e da arte e que sabe o real significado de políticas públicas em todas as suas vertentes, vai à luta, participa, exige, cobra, não se deixa enganar, sai do imobilismo etc. Por essas e outras razões o Centro de Cultura de Jequié está abandonado, e continuará abandonado. A sociedade jequieense como um todo (intelectuais, artistas, estudantes, professores, crianças, jovens, adultos, empresários, políticos, profissionais da imprensa etc) pouco está se importando com ele. Você concorda com isso? O Centro de Cultura de Jequié poderia, em algum tempo futuro, apresentar o musical O Fantasma da Ópera? Sim. Tudo depende da concepção do espetáculo, do empenho do diretor, do elenco escolhido, da proposta da produção, da adaptação livre e moderna do texto, dos recursos captados para a sua montagem etc. Já dizia Bertolt Brecht que a verdadeira arte é aquela que se renova, que se modifica. A verdadeira arte subverte a ordem dos fatos, contrapõe -se a rigidez das fórmulas e à linha do tempo da história. A tragédia shakespeariana Macbeth já foi montada em Londres por apenas um casal de atores e a crítica teatral não poupou elogios. Recentemente assisti ao musical O Fantasma da Ópera, no Teatro Renault, em São Paulo, e gostaria de vê-lo também montado em Jequié, exatamente no Centro de Cultura. E por que não? Eu acredito nos artistas desta terra. Você também acredita?