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Coluna Jorge Barros: Quarenta anos da premiação do filme Gente com a gente (Ordinary People), do diretor Robert Redford

15/6 Coluna Jorge Barros: Quarenta anos da premiação do filme Gente com a gente (Ordinary People), do diretor Robert Redford

Na década de 1980, Hollywood se permitiu começar a premiar produções (dramas) que abordassem questões, conflitos e dramas familiares, com suas consequências no presente e no futuro. Três filmes se destacaram nesse gênero. São eles: Kramer X Kramer, de 1979, mas premiado em 1980, Gente como a gente, de 1980, e Laços de Ternura, de 1983. Estes filmes mostram na tela que nem sempre o que a vizinhança presencia em um lar é o retrato da verdade; é o cenário da harmonia. As aparências de uma família perfeita, às vezes, são só aparências, e nada mais. E as aparências podem enganar; e nem tudo o que reluz é ouro. Gente como a gente (baseado no romance de mesmo nome da escritora Judith Guest), do diretor estreante Robert Redford (como ator em Todos os homens do presidente, Golpe de Mestre, Descalços no parque e em outros filmes), não faz nenhuma concessão ao mostrar a desagregação de uma família burguesa e bem situada em Lake Forest, Illinois, nos Estados Unidos. Para os amigos e a vizinhança, uma família perfeita dentro das quatro paredes da luxuosa mansão, mas, na realidade, desarmonia e conflitos não faltavam. O trio central desse drama, formado pela mãe (Beth Jarret), interpretada por Mary Tyler Moore, o pai (Calvin), interpretado Donald Sutherland e o filho caçula (Conrad Garret), interpretado brilhantemente pelo estreante no cinema, Timothy Huston, é exposto em uma tensa e psicológica batalha de narrativas na tentativa de se manter a unidade familiar, após a morte do filho mais velho (Buck), em um acidente de barco. O irmão deste, Conrad, sentindo-se culpado pela sua morte, e não se apartando da ideia de que sua mãe o rejeita, o que agrava mais ainda seus conflitos existencialistas, tenta o suicídio. Seu pai, agindo como conciliador entre os dois (mãe e filho), vê todos os seus esforços neutralizados pela desagregação máxima do núcleo familiar, exibida na sequência final, que é o ponto alto do filme. Uma grande película e uma história inquietante e perturbadora. Em uma família aparentemente perfeita, as ações da mãe são rejeitadas, tem-se pena do pai e se chora pelo filho. Um desafio aos sentimentos humanos. Gente como a gente foi premiado com os Oscar de melhor filme, diretor, roteiro adaptado e ator coadjuvante, Timothy Hutton. Disponível no Apple iTunes e Microsoft.

Professor Jorge Barros

Contador de Cliques


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