Coluna Jorge Barros: Recortes da memória - Lembranças de um verdadeiro aeroporto

Os anos se passaram, mas a memória resistiu (e resistirá); o declínio do progresso socioeconômico de Jequié foi inevitável, mas boas lembranças ficaram; o miserável desinteresse da classe política de Jequié é evidente, mas alguns registros de um tempo nos trazem um pouco de alívio. Na foto desta coluna, uma bela imagem (à esquerda) do aeroporto que já foi um dos grandes símbolos do progresso e da civilização em terras jequieenses. Foi-se um tempo, ou melhor, foram-se vários tempos em que a historia social, a política séria de prefeitos e vereadores, a esperança e a perspectiva de uma Jequié moderna caminhavam juntas. Desses bons tempos, nada, ou quase nada restou. O que temos hoje de concreto é o símbolo da vergonha aeroviária, a atuação patética, fraca e canalha da classe política de Jequié, a decadência de valores econômicos, sociais e culturais, e a impotência de toda a sociedade jequieense diante da miséria visível a olho nu. O antigo aeroporto não é mais um aeroporto, é apenas um decadente terminal aeroviário, que se encontra em seu estado de abandono e desprezo, lá nas proximidades da Urbis I, para quem quiser ver e registrar fotos. Os morros que estão em seu entorno não cresceram da década de 50 para a década atual. Portanto, essa não deve ser a justificativa para não resgatá-lo e ativá-lo. Para piorar o que vai muito mal, a sociedade jequieense não reage, não se desperta, não toma posições politicas transformadoras; não se mobiliza; não cobra dos seus políticos deveres, obrigações e compromissos com a Lei Orgânica do Município (Constituição Municipal); não questiona as ações criminosas de seus políticos bandidos etc. Ela só se preocupa para ir às urnas para votar em seus candidatos no dia da eleição, para depois esquecê-los, isto é, deixá-los à vontade para as mais nefastas práticas de crimes políticos. E por falar em eleição, muitos candidatos a prefeito e a vereador já estão em cena; já estão à caça dos votos; Já estão prometendo uma nova Jequié, uma Jequié próspera, uma Jequié na trilha do desenvolvimento, o salvamento de Jequié, a redenção de Jequié e por aí vai. Fazem isso porque sabem que a maioria do eleitorado jequiense deixa-se enganar facilmente; deixa-se prostituir facilmente na prática da venda do voto por uma cesta básica ou por outro benefício que atenda as suas necessidades imediatas. Comportamentos esses que contribuem para o atual estado de pobreza e miséria do município. Quando Jequié retornará às trilhas do progresso? Você tem alguma grande obra para comemorar no próximo dia 25 de outubro? Livros e filmes indicados nesta coluna. Livros: 1. A indignação não pode morrer, de Ageu Cruz, da Editora CHIADO BOOKS; O destino de uma nação, de Anthony McCarten, da Editora Planeta; 3. A arte sagrada de Shakespeare – O mistério do homem e da arte, de Martin Lings, da Polar Editorial. Filmes: 1. Todos os homens do presidente/1976, de Alan J. Pakula, e premiado com os Oscar de melhor ator coadjuvante ( Jason Robards), roteiro adaptado, som e direção de arte; 2. Rede de intriga/1976, de Sidney Lumet, e premiado com os Oscar de melhor ator ( Peter Finch), atriz (Faye Dunaway), atriz coadjuvante ( Beatrice Straight) e roteiro original.
Professor Jorge Barros