Coluna Jorge Barros: Teatro de Rua - Mais uma cena de ‘’Os inimigos não mandam flores’’

A poesia viajante sempre foi a poesia viajante; e nunca deixará de ser a poesia viajante. Ela (a poesia...) deve percorrer ruas, praças, avenidas, bairros, distritos, povoados, lugarejos, estados, capitais, países, continentes, porque o homem precisa de poesia; o mundo precisa de poesia; um amigo precisa de poesia, um inimigo também, ainda que este não acredite nela. Flores e poesia se combinam na arte de fazer acreditar que o mundo, ah! Este mundo ruim! Não está perdido por completo. Há sempre uma esperança; há sempre uma estrada que conduz para o despertar de um novo dia; há sempre um sinal de que um novo amanhecer trará a luz que precisamos para recuperar o que se perdeu ontem, o que se perdeu num passado distante. Eu acredito piamente nisso, e você também precisa acreditar! Não se iluda, viver hoje é apenas um sonho concretizado que você teve ontem, mas ele não está garantido para amanhã. Amanhã há de ser um outro dia, já diziam os velhos sonhadores. Portanto, viva hoje; e viva com intensidade, e com poesia e flores, é claro. Repete-se aqui pela k-ésima vez: A vida neste universo em desencanto não dura mais do que um segundo. E cabe a você, e somente a você, transformar esse segundo em 30, 40, 50 ... 100 anos com sonhos, risos, flores, poesia e intensa vida. Aos amigos da foto, nossos bravos guardiões da segurança pública, aquele forte abraço! Aquele forte aperto de mão! E por onde anda minha gente? Lá no porvir, chegará o dia em que nós três - registrados pela imagem poética da foto - não estaremos mais aqui. Mas essa imagem tornar-se-á perene, eterna, porque assim é a lei da vida enquanto vida. Assim é a lei da natureza que o construtor do universo, Deus, estabeleceu. Os homens passam, retratos e memórias ficam. Contudo, em algum lugar do futuro, repetir-se-á esse encontro? Encontrar-nos-emos, nesse mesmo lugar, ainda outra vez? Os amigos mandam flores, mandam poesia, mas, lamentavelmente, os inimigos mandam espinhos, mandam ofensas. Outrossim, como tudo nesta vida muda, os inimigos de hoje podem se transforma em amigos do amanhã pelos caminhos da poesia. Acredite; não seja incrédulo.
Professor Jorge Barros.