Coluna Jorge Barros: UMA RODOVIÁRIA FANTASMA, OU QUASE FANTASMA

Há dois meses a Rodoviária de Jequié está completamente desativada, está em completo silêncio, em completo ostracismo. Um lugar silencioso. Ônibus e carros não chegam, ônibus e carros não saem; passageiros não embarcam, passageiros não desembarcam; taxistas não fazem corridas, taxistas não ganham dinheiro para a compra do feijão, pão e leite de seus filhos; comércio ambulante paralisado, vendedores ambulantes passando fome; impostos sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) não são arrecadados, o estado da Bahia e a prefeitura de Jequié falindo. Quantos passageiros deixaram de ir e vir para tratarem de sua saúde? Quantos tratamentos de quimioterapia e/ou radioterapia foram interrompidos nesses dois meses? Quantos tratamentos de hemodiálise foram suspensos nesses trágicos dois meses em que a Rodoviária de Jequié está na mais completa decadência? Quantos pacientes faleceram porque tiveram o tratamento de sua saúde interrompido? Quantas famílias estão separadas e angustiadas por longas distâncias nesse longo período de horror? Quem tem boa condição financeira viaja em seu carro próprio e tudo (ou quase tudo) é resolvido. E quem não tem dinheiro para alugar um carro particular, deve ficar entregue à própria sorte? Por que os partidários do lockdown criminoso - isolamento total, e, para agravar o sofrimento de todos os jequieenses , com toque de recolher a partir das 18 horas - não atentam para essa trágica realidade? Já que o propósito é defender a vida, convém defendê-la de forma ampla e irrestrita. Em se tratando de finanças públicas e arrecadação de impostos, há rumores de que as finanças do estado da Bahia já estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Alguma novidade nesse alarido? O estado não produz dinheiro, o estado arrecada dinheiro. O próprio governador já alertou (e continua alertando) que não garante o pagamento regular dos salários dos servidores públicos, a partir de julho. Uma pergunta que não quer calar aos amantes da quarentena horizontal perversa: Se o pagamento dos salários dos servidores públicos for suspenso, como muitos deles irão comprar seus remédios (alguns caríssimos) que não podem deixar de tomá-los diariamente? Certamente muitos falecerão ou terão sua situação clínica bastante agravada pela falta desses remédios. Anos atrás, os servidores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais tiveram muitas perdas e muitos danos como consequência dos atrasos do pagamento dos seus salários. Qualquer ser vivente em sã consciência conclui que muitos morreram por causa dessa tragédia. Será que os idiotas e imbecis, os partidários do criminoso isolamento horizontal, não conseguem entender que ele é mais criminoso que o coronavírus? Você, que ama odiar esta coluna, e que critica e hostiliza muito o autor dela, será que não sobrou em sua massa cefálica pelo menos um miligrama de raciocínio, para compreender que o estúpido isolamento horizontal (lockdown) também vem causando mortes, além de desemprego em massa, recessão, cancelamento de CNPJ, fome, opressão, desespero e miséria? Será que você também não entende que, por trás da pandemia do coronavírus (a maldita peste chinesa), há um sujo e criminoso jogo político para derrubar o governo Bolsonaro? Quer uma prova inconteste? Ei-la: Se a preocupação é combater a pandemia e salvar vidas, por que os governadores e prefeitos não cancelaram o carnaval de 2020, haja vista que o coronavírus já vinha fazendo vítimas fatais a partir do final do ano do ano de 2019? Será que você é tão imbecil, que é capaz de acreditar que o carnaval de 2020, como todos os carnavais anteriores, resumiu-se apenas em lúdicas brincadeiras de crianças em uma festa de aniversário de 06 anos de uma delas? Os estúpidos e insanos nunca conseguem estabelecer a diferença entre o real e o imaginário, entre o claro e o escuro, entre uma ponte e um abismo. Não à toa que a sua visão de mundo é sempre linear, obscura e sinistra. CONTINUE FICANDO EM CASA; CONTINUE PEDINDO AOS OUTROS QUE FIQUEM EM CASA. NÃO MUITO LONGE VOCÊ TAMBÉM VERÁ O SOL DA MEIA-NOITE, PORQUE ESTE SOL TAMBÉM É PARA TODOS. Eu não fico em casa. Sempre que posso vou às ruas e praças com uma máscara para conversar com pessoas, feirantes, amigos, desempregados, comerciantes, empresários e outros. Assim procedo porque acho que devo dar apoio e ser solidário a dor de cada um deles. Se porventura vier a contrair o coronavírus, não serei o primeiro e, tampouco, serei o último. Sou uma pessoa como outra qualquer, sujeita a todas às adversidades e intempéries da vida.
Professor Jorge Barros.