Editorial sobre a Praça Luiz Viana que não foi inaugurada

Em 1897, o então governador da Bahia Luiz Viana emancipou Jequié, tirando-lhe dos domínios de Maracás. E em homenagem a este ato político do então governador, a cidade de Jequié deu-lhe de presente uma praça com seu nome. Uma praça imponente, no centro da cidade. Uma praça de gigantesco valor histórico e cultural, local de encontro de tropeiros e onde, lá no passado, se reuniam os comerciantes na primeira feira livre de Jequié. A praça enfrentou o tempo e ultrapassou gerações, venceu a enchente de 1914 que arrasou todo o centro da cidade. Mas o que o governador Luiz Viana e o primeiro prefeito de Jequié, Urbano Gondim, não imaginavam era que no meio da história da praça tinha uma pedra, uma pedra chamada Tânia Britto e sua gestão sem noção e sem senso do bem comum. A praça que já fora o local onde tropeiros que chegavam carregando seus produtos em lombo de burro e depositavam ali suas mercadorias para vender, ponto comercial onde canoeiros, mascates e viajantes faziam seus acertos e negócios foi transformada numa novela política recheada de desacertos administrativos. Primeiro veio a tal “requalificação”. Praça fechada, tapumes erguidos, árvores antigas cortadas, mapa da Bahia que ficava no meio da praça, destruído e pequenos comerciantes expulsos e nada de a tal “requalificação” ficar pronta. Quando o primeiro capítulo da novela se encerrou e os tapumes foram baixados, não havia praça, não haviam mais árvores, não havia história. A população reclamou. Reclamou nas rádios, reclamou na internet, vereadores reclamaram na Câmara. O presente, na véspera do Natal de 2014, não foi bem recebido pelo povo e o que deveria ser uma praça moderna com espaços para o lazer, o artesanato e atividades culturais não era nada do que se esperava! A praça foi novamente fechada e vieram as pirâmides, onde seriam colocados os boxes dos artesãos para a exposição de suas obras e negociações e ai deu-se a segunda parte da novela. A obra de “requalificação” foi-se arrastando, arrastando e nada de ficar pronta. Os comerciantes que antes ocupavam o espaço da praça, também ficaram na expectativa. Quando da passagem da gestão interina, reuniões foram feitas com os comerciantes, faltava muito pouco para a entrega da praça. Era questão de pequenos detalhes. Mas ai, no meio da história da praça surge de novo a pedra: a gestão Tânia Britto voltou e mais uma vez a novela continuou. Com recursos de R$ 1.050.000,00 (um milhão e 50 mil reais) alocados junto ao Ministério do Turismo, a praça segue fechada. A inauguração que seria amanhã foi mais uma vez adiada. A gestão Tânia, Roberto Britto e Euclides Fernandes voltou atrás hoje e divulgou que não irá inaugurar a praça Luiz Viana amanhã por questões não resolvidas com a empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica. As pirâmides do Egito demoraram cerca de 20 anos para ficarem prontas, segundo os historiadores. Deve ter sido lá que a prefeita Tânia Britto e sua equipe fez pesquisa de gestão de obra pública. Enquanto isso a praça segue fechada e sem solução.
Por, Rildo Junior