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Greve nos bancos - O que é um assalto a um banco comparado à fundação de um banco?

29/9 Greve nos bancos - O que é um assalto a um banco comparado à fundação de um banco?

O dramaturgo Bertolt Brecht, procurando analisar a face mais cruel do sistema capitalista, a exploração do pelo homem, deixou relatos (textos e poemas) abordando o mundo do capital, as relações entre patrões e empregados, os exploradores e explorados, bem como a união espúria entre a burguesia, a polícia e o Estado. Em uma de suas obras mais significativas, A ópera de três vinténs (1928), vê-se claramente as questões mencionadas anteriormente. No Brasil reina, plenamente, o sistema capitalista selvagem: o domínio das grandes corporações financeira e lucrativas, a burguesia que não abre dos seus lucros e a subserviência do Estado a ambos. Assim sendo, não se pode deixar de mencionar, neste texto, os bancos, os banqueiros e os seus lucros exorbitantes que causam sangria em nossa combalida economia e exploram uma mão de obra específica: os bancários. Estes, em greve há mais de 21 dias, continuam mobilizados e reivindicando melhores salários, que abrangem reposição da inflação do período, 5% de ganho real, piso salarial de R$ 3.900,24, dentre outras conquistas, e humanas condições de trabalho. Todavia, continuam enfrentando a intransigência e a ganância da classe patronal. Segundo divulgação do Comando Nacional dos Bancários, só no primeiro semestre deste ano, o Banco Itaú já obteve um superlucro de dez bilhões e setecentos e quarenta milhões de reais; o Bradesco de oito bilhões e duzentos e setenta milhões de reais; o Banco do Brasil de quatro bilhões e oitocentos e vinte milhões de reais; o Santander de três bilhões e quatrocentos e setenta milhões de reais e a Caixa Econômica Federal (a prima pobre da ciranda financeira?) já obteve um superlucro de dois bilhões e duzentos e quarenta milhões de reais. Não satisfeitos com o superlucro, os banqueiros continuam eliminando postos de trabalho e, como consequência, a demissão de milhares de bancários e a precarização dos serviços, prejudicando sensivelmente a população que depende dos mesmos. Outra violação às Leis Trabalhista praticada pelos banqueiros: quando não fecham postos de trabalho, demitem bancários e contratam outros com salários inferiores aos salários dos demitidos (em média 58%). Os bancários (explorados) continuam na luta por melhores salários e condições humanas de trabalho; os banqueiros (exploradores) continuam gananciosos e intransigentes acobertados pelo seu fiel cão de guarda (o governo); os juros continuam acachapantes e causando empobrecimento de setores da economia que dependem deles; a inflação alta corrói os salários dos trabalhadores; a dívida pública empobrece cotidianamente o Brasil etc, etc, etc. Ou a população brasileira se levanta e vai à luta ou todas as nossas riquezas serão entregues aos exploradores (banqueiros). E, como dizia Brecht: O que é um assalto a um banco comparado à fundação de um banco? Ou melhor, pior que assaltar um banco é abrir um banco. A todos os bancários de Jequié e Região: Firmesa na luta; nunca fragmentá - la. A vitória nunca foi um merecido prêmio para os covardes, e sim para os bravos lutadores que enxergam sempre um horizonte de esperanças além do escuro véu.

Professor Jorge Barros

UESB – DQE – CAMPUS DE JEQUIÉ

Contador de Cliques


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