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Itagi: Morre o cacauicutor João de Souza Andrade.

13/6 Itagi: Morre o cacauicutor   João de Souza Andrade.

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A águia do Centro-Sul voou para novas paragens. E assim como um sopro, aquele homem forte, destemido e resoluto, nos deixa; entretanto, continuaremos com a sua imagem do ser inquieto, determinado, trabalhador, comerciante e fazendeiro incansável. Lembro com saudades da Itagi de outrora, e das particularidades da dinâmica da época, quando a feira e o comércio nos sábados só se movimentavam após o pagamento das folhas, das dezenas de Fazendas no Armazém de João Andrade, ah! Bons tempos aqueles, éramos felizes. Quantas batalhas vencidas, quantas guerras travadas com afinco, coragem e determinação, quanta vitalidade, e disposição, quanto dinamismo e senso de oportunidade de um homem sem diploma, com uma inteligência diferenciada, esse era o nosso querido João. Os anos passaram, a idade vem sorrateiramente nos roubando a memória, as forças, e a matéria decadente já nos parece pesar; mas consigo buscar em minha mente as lembranças que de certa forma glorificaram aquele tempo, como se fosse ano passado; as labutas do Gigante João, novo! uma usina de energia continua, que alimentava a máquina do comércio, e iluminava a região, tornando-a polo de prosperidade e negócios. Respeitado, não só por seus conterrâneos e pares, mas por autoridades e empresários da época, também aqui da Capital. Admirado pelo empenho da palavra, e por cumprir de maneira irredutível os compromissos assumidos, são realmente valores incontestáveis. Parabéns velho João, não só por sua admirável trajetória de menino pobre, alcançando os pícaros dos homens mais abastados do seu tempo, em nossa região e estado, mas também pelo legado, pela prole brilhante que você é Dona Valde construíram, pelos exemplos de luta, determinação e sabedoria, os quais ficarão como máxima, para todos nós parentes e amigos. Agora amigo João, tu fostes vencido pelo cansaço!, pelo declinar da matéria, pelo que determina a natureza, na verdade é um ciclo que se fecha; mas não se culpe, ninguém permanece invencível neste mundo de expiação e regeneração. Quando o verão voltar direi que você se foi para onde não existe estações, e nesse dia de outono observo o seu voar por entre as nuvens de passagem rumo ao paraíso, no leito da paz, na ceara do amor. Ficam as lembranças como tatuagem nas minhas memórias afetivas. Te desejo, e rogo ao Senhor Deus dos Mundos permita de acordo com o seu merecimento trilhar e buscar a grande Luz!. Até breve amigo João.

Escrito por Artêmio chagas

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