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Itaibó, o retrato do abandono

23/9 Itaibó, o retrato do abandono

Um abandono que só é abandonado a cada quatro anos, durante o período eleitoral. Este é o retrato do distrito de Itaibó. Situado na divisa com Ipiaú, a 11km de Apuarema e a 20km de Jitaúna, Itaibó pertence a Jequié, mesmo estando localizado a 58km de distância do centro da Cidade Sol. A delicada posição geográfica não era um problema até o final dos anos 1980. Mas a partir da decadência do cacau, o distrito passou a se tornar cada vez mais dependente dos serviços públicos essenciais prestados pelo estado e pelo município. E nunca eles fizeram tanta falta. Sem funcionários, médicos, remédios e equipamentos, a Unidade da Saúde da Família Raimundo Cesário da Costa, inaugurada em 2001 pela então secretária de saúde Tânia Britto, foi fechado pela prefeita Tânia Britto. Há meses falta até mesmo gasolina para abastecer o carro da saúde e o transporte de pacientes para a sede do município depende da caridade de algum morador. Cansado dessa situação, o administrador regional, Gilvan Souza, entregou o cargo há 10 dias. A filha dele, Priscila Costa Souza, é a diretora do Centro Educacional Leur Lomanto, que está há duas semanas sem aula por causa da greve dos motoristas do transporte escolar. Nas duas greves anteriores realizadas este ano, Priscila contou com a ajuda financeira do pai para custear, com recursos próprios, as despesas de transporte dos alunos e professores. “A gente leva essa escola com as doações da comunidade e com o amor dos nossos professores e funcionários. A situação aqui não é boa, mas não chega nem perto de outras escolas, que precisam repor até 70 dias de aulas perdidas este ano”, compara. A horta da escola é uma das mais visíveis expressões do referido amor dos funcionários ao trabalho. Implantadas a partir dos recursos do Programa Mais Educação, as leiras de couve, salsa, coentro, alface e agrião continuam sendo regadas diariamente, a despeito de os repasses do programa terem sido suspensos pelo governo federal há um ano. A colheita vem sendo adiada, à espera do retorno dos alunos que consumem os temperos na merenda escolar ou mesmo em casa, para onde levam algumas mudas. O esforço é reconhecido pela comunidade, mas não tem sido suficiente para evitar o êxodo de estudantes para as cidades vizinhas. Sem transporte, a frequência escolar fica comprometida para alunos que moram em Fazenda São José, Bola Verde, Sapucaia, Santa Terezinha, Massaranduba e outros distritos, comunidades e povoados da região. O esforço é reconhecido pela comunidade, mas não tem sido suficiente para evitar o êxodo de estudantes para as cidades vizinhas. Sem transporte, a frequência escolar fica comprometida para alunos que moram em Fazenda São José, Bola Verde, Sapucaia, Santa Terezinha, Massaranduba e outros distritos, comunidades e povoados da região.

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