O DESPERTAR DE DILMA E O PROLONGAR DE SUA AGONIA

Para quem não se lembra, ou não viveu a época, no Brasil, 1992 foi o ano que vivemos em perigo. Foi o ano de grandes mobilizações em defesa do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, muito pejorativamente denominado, pelo próprio Partido dos Trabalhadores (PT), de neto da Ditadura Militar e filho da Rede Globo de Televisão. E, no sombrio mês de agosto daquele ano, Collor foi derrubado, em decorrência também de grandes manifestações e mobilizações comandadas pelo PT, pois, descobriu-se que Fernandinho (outro alcunha imputado àquele presidente) desviou uma pequena parte do dinheiro da Nação para comprar um Fiat Elba. Mas, desgraçadamente, hoje, o senador Fernando Collor de Mello faz parte da base aliada de Dilma Rousseff, é amigo de Lula, e também caiu na teia de aranha da corrupção investigada pela Lava-Jato.
Para quem é partidário fanático (admiro aquele que é consciente) de Dilma Rousseff e de Lula, vale a pena alertar de que de nada adianta camuflar os fatos, acusar as elites (que elites?), culpar a imprensa sensacionalista, amaldiçoar a Rede Globo de Televisão, dizer que o que está acontecendo é tentativa de golpe ou expressar outra desculpa qualquer. O povo está ocupando ruas e praças; a indignação é geral. A indignação e revolta se dão porque nunca se viu neste País casos escabrosos de corrupção, de desvio do dinheiro público, de saques a estatais, de engodos e de subornos, do Mensalão ao Petrolão. Isso, em um governo (do PT) que subiu ao poder levantando a bandeira da ética e da moralidade na política; denunciando a corrupção que existia no governo da Arena, do PDS, do PFL, do PMDB, do PL, do PSDB etc. Também de nada adianta muitos partidários fanáticos Dilma Rousseff e de Lula publicarem que muitos conseguiram moradia pelo projeto minha casa minha vida, que muitos saíram da linha da pobreza por conquistas sociais, que muitos hoje estão comendo por causa da bolsa família, que muitos estão na universidade por causa do FIES, do PROUNI ou de outro benefício qualquer, porque todas essas conquistas são dos brasileiros e, por conseguinte, elas não dão direito a nenhum governo proceder como o governo Dilma Rousseff está procedendo, no tocante à corrupção. Além da corrupção sistêmica nesse governo: inflação alta, desemprego de centenas de milhares de trabalhadores, recessão, ameaça da criação de mais um imposto (CPMF), reforma da Previdência, encolhimento de do PIB, rebaixamento da nota de crédito (perda de selo de bom pagador) nas principais agências de classificação de risco etc. Em dados momentos da história, se tivermos de errar, é melhor errar como o povo do que errar contra o povo. Estamos diante do despertar de Dilma e do prolongamento de sua agonia. O compromisso do escritor é com a verdade, com a história, e não com os governos e as siglas partidárias. PROFESSOR JORGE BARROS UESB – CAMPUS DE JEQUIÉ