Operação Carne Fraca É Muito Pouco: Operação Carne Podre

Pensávamos que tínhamos visto de tudo neste país. Pensávamos. Em matéria de roubalheira nos cofres públicos e na Petrobras, comandada pela quadrilha de bandidos políticos dos principais partidos, e que reina com a maior tranquilidade no seio do legislativo (congresso e senado) e do executivo (administração de Michel Temer), já estamos saturados. A operação Lava-Jato que o diga. A grande mídia, praticamente, utiliza a maior parte de seu precioso tempo somente para revelar esquemas fraudulentos e nomes de grandes caciques da corrupta política nacional envolvidos no maior escândalo de assalto aos cofres públicos do mundo. Apenas revelação, porque, quanto à rigorosa punição, nenhum brasileiro de bem e de sã consciência acredita que haverá. O famosíssimo Supremo Tribunal Federal (STF), que fecha os olhos para os ladrões de colarinho branco, é um bom exemplo em matéria de impunidade e de justiça pífia e tosca. Somada a tantas desgraças que assolam este país, a notícia de que, no pobre cardápio do trabalhador brasileiro, constam carne de cabeça de porco (proibida pela Organização Mundial da Saúde - OMS), carne bovina podre, carne bovina com excesso de água, carne bovina fora do prazo de validade, salmonela (bactéria perigosíssima à saúde humana) e por aí vai. Quem são os autores desse crime hediondo contra a saúde da sofrida população brasileira? Grupos de empresários de aproximadamente quarenta frigoríficos que agem livremente sob a cobertura de fiscais agropecuários corruptos. Agora, tudo o que os brasileiros querem saber é quem pagará os prejuízos causados à sua saúde. Até quando as organizações criminosas agirão sob a cobertura da justiça brasileira? Até quando? Até quando? Bertolt Brecht, como sempre, atualíssimo: Em uma cidade governada por bandidos que se tornaram políticos, é mais fácil você char ouro nos homens do que nos rios e nas montanhas.
Professor Jorge Barros UESB – Campus de Jequié