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Prefeitura "atabalhoada" fechou o Museu Histórico de Jequié

04/8 Prefeitura "atabalhoada" fechou o Museu Histórico de Jequié

Mesmo sem um plano expográfico ou museológico, como sabemos, da noite para o dia, foi fechado em novembro de 2013 o Museu Histórico de Jequié (denominado pela Lei nº 1.582/3003 como Cel. João Carlos Borges). Também é sabido, que o longo período de interdição do espaço cultural afeta, sobretudo, uma geração de alunos que seguem privados de conhecer (in loco) sobre importantes momentos da história local, já que a maior parte do fluxo envolve alunos da rede pública de ensino.

De fato, o estado do prédio que abriga o museu é caótico, por isso, não questiono a interdição em si, considerando que é comum que museus instalados em prédios antigos ou com valor histórico fechem parcial ou totalmente para restauro ou ações de modernização. O que me preocupa – e na mesma proporção deveria preocupar também a Câmara de Vereadores, o Ministério Público, além de outras instituições representativas do município de Jequié – é a forma como o museu foi fechado às pressas pela prefeitura, de forma atabalhoada, sem apresentação pública do cronograma de execução das obras, sem qualquer diagnóstico técnico específico ou ainda aviso prévio adequado à sociedade.

Se, de fato, até o final do mandato Tânia Britto e Sérgio Gameleira, conseguirem executar a reforma anunciada para o museu desde o ano passado, esperamos que tenham a visão de que não basta reformar e reabrir em seguida, como se um museu fosse um imóvel qualquer com velharias dentro. É preciso mão de obra específica neste caso. Paralelo à restauração, faz-se necessário, ainda, elaborar e implantar um projeto expográfico adequado, bem como um plano museológico que considere aspectos peculiares a nossa cidade. Apesar da responsabilidade pelo longo período em que o museu se encontra abandonado, pertencer, em maior parcela, ao Poder Executivo, tal condição atualmente submetida ao espaço cultural recai também sobre os demais políticos locais (especialmente vereadores), estudantes, juristas, produtores culturais, professores, artistas, enfim, a toda sociedade que permite, de modo quase que anestesiada, que o único museu da cidade - inaugurado em 2006 – siga fechado sem qualquer satisfação do governo a quem sempre custeou o seu funcionamento, o povo. É preciso mobilização popular para rejeitar a desvalorização da memória.

Alysson Andrade (produtor, gestor cultural e conselheiro municipal de cultura).

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