PSOL sai fortalecido das eleições em Jequié

Com a derrota da chapa governista nas eleições municipais, o Partido dos Trabalhadores além de não ter espaço na futura gestão de Sergio da Gameleira, como aconteceu na gestão Tânia Britto, onde o PT foi um dos partidos de sua sustentação, também está fadado a perder a pecha de ser o representante das camadas menos favorecidas e, portanto, mais carentes, ficando este pódio ocupado pelo PSOL que fez dois vereadores, o Guina Produções e o Adriano Guião. O PSOL vem arregimentando parte dos eleitores da esquerda que um dia já foi interessada nos partidos como PT e PC do B, lembrando e muito, o PT dos anos 80 e início dos anos 90. Avassaladora em eleições passadas, a "onda vermelha" foi reduzida a uma “marolinha” na disputa municipal de 2016 e em todo o país, candidatos do PT substituíram o vermelho por lilás, amarelo, verde, azul na tentativa de se desvincularem do partido do Lula e da Dilma. A queda do PT foi analisada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro como fruto de um “erro estratégico da campanha” ao usar a tese do golpe, porque “a ampla maioria dos eleitores estavam distanciados do golpe quando foram as urnas”. Entre outras coisas, Tarso Genro defendeu uma frente ampla da esquerda sem que o PT passasse a ter “hegemonia automática do processo político”. Abalado por sucessivas operações da Lava Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff, a legenda sofreu uma debandada de seus quadros na disputa deste ano. Um em cada cinco prefeitos eleitos pelo partido em 2012 pediu desfiliação ou foi expulso. As eleições municipais deste ano marcam o pior desempenho do PT nas capitais em pelo menos 20 anos. O partido dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff conquistou uma prefeitura no primeiro turno (Rio Branco, no Acre) e terá, talvez, a chance de somar outra na segunda rodada de votações. Na melhor das hipóteses, igualará a marca alcançada em 1996, quando venceu apenas em Belém (PA) e em Porto Alegre. Nessas duas décadas, a legenda viveu dois períodos distintos: ampliou o número de cidades administradas até 2004 e, depois disso, passou a perder terreno nos municípios mais importantes do país. O início da decadência eleitoral nesses redutos coincidiu com a eclosão do escândalo do Mensalão, em 2005, quando o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) denunciou que o governo federal distribuía pagamentos mensais a deputados da base aliada para votarem de acordo com as orientações da gestão Lula. De lá para cá, o partido só fez descer a ladeira até estancar em frente ao barranco, nas eleições municipais deste ano. Se o PSOL é o novo PT, ainda é muito cedo para afirmarmos. Mas tem tudo para ser muito melhor e mais embasado, se souber acertar justamente nos pontos onde o PT errou. Boa sorte aos novos vereadores do PSOL de Jequié!
Por, Rildo Junior.