"Juramos defender a vida mesmo com o risco da morte"
22/5

Não somos executores, protegemos vida, e temos dado prova disso, não vingamos a morte de companheiros, apresentamos os "suspeitos" na delegacia, quando não há reação injusta. Lamentamos a forma como o MP apresentou o resultado de suas "investigações" acerca do caso da Vila Moisés, não estamos discutindo a legitimidade do MP investigar, embora, seja sempre parcial e totalmente desfavorável aos agentes.
Pior que enfrentar a frieza do papel é o envolvimento sentimental com os relatos de parentes das "vitmas", mais essa nova função que tem o MP é muito polêmica, quem apura não deveria servir como acusação. Porque o MP divulgou a sua "investigação" e posicionamento antes do inquérito policial terminar? Existe muita pressão de movimentos sociais e da imprensa sensacionalista e tendenciosa, que sempre mostra-se contrária as ações da PM. A OAB fala em sentimento de dever cumprido. E a ampla defesa e o contraditório? Acredito que a OAB - BA é uma instituição de respeito e que sempre zelou pela ética e não deveria divulgar nota de dever cumprido após o parecer do MP, pois, pelo menos um de seus membros deverá trabalhar em defesa dos "acusados". Lamentamos muito o envolvimento de jovens com o crime, na maioria das vezes eles tem entre 13 e 28 anos, a maioria mora em comunidades carentes de políticas públicas e são seduzidos pelas falsas benesses do crime, seja ele organizado ou não, e que sempre exibem armas potentes e de grosso calibre, nessas comunidades só podem adentrar com autorização do líder, lá sim existe execução sumária, é essa massa que tem eliminado jovens e adultos, ou qualquer ser humano que apareça em sua frente na hora do delito, nesses locais os únicos representantes do Estado que consegue chegar é a polícia e com elevado risco de morte. A polícia tem se esmerado para combater o crime e trazer uma sensação de paz a sociedade baiana, mas, como pode esses policiais se esmerar tanto, vendo a sua frente o caixão ou o banco dos réus. A quem recorrer se o MP, OAB e DH lhe condenam sempre, mesmo antes do transitado em julgado? Como motivar os policiais a proteger a sociedade com esse quadro que está instalado? A sociedade precisa reagir pra dizer que não aceita mais essa inversão de valores, que os bandidos não podem se transvestir de líder comunitários e que os movimentos sociais devem chegar aos jovens e adolescentes antes dos bandidos, e lhe ofertar horizontes promissores, depois fica muito fácil fazer manifestações para chorar os mortos e feridos e jogar, como sempre jogam, a culpa na polícia, esse sim deve ser o verdadeiro sentimento de REAGIR. Roque Santos, Presidente da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia- APPMBA.