UM LINDO DIA NA VIDA DO RIO DAS CONTAS, OUTRO RECORTE DA MEMÓRIA - JEQUIÉ, 123 ANOS DE HISTÓRIA

Rio das Contas, às suas margens, até parece que flores do campo têm. Em águas tranquilas e limpas, lavadeiras negras, brancas, mulatas, morenas, ruivas..., todas mulheres do povo e sofridas, fazem seu canto em homenagem a mais um dia de trabalho; em homenagem a mais um dia de luta e labor por um pedaço de pão e um gole de leite para os filhos que ficaram em casa. Em suas águas, pescadores também buscam seu sustento. Um peixe nessa área, dois peixes naquela outra área, três peixes mais além... Mas, no final da tarde, o alimento da família para o outro dia está garantido. Quantos anos serão necessários para se destruir, por completo, um Rio de Águas Limpas e Vitais? Quantas administrações municipais de Jequié serão necessárias para que seja decretado o último dia de vida do Rio das Contas? O último dia de um rio, que, mesmo moribundo, ainda passa em nossas vidas? Um trecho sobre o Rio das Contas, com tratamento puramente na segunda pessoa (liberdade poética, é claro): / Rio das Contas, sobre ti pairam belas e silenciosas nuvens, quem sabe, já se preparando para o teu final agonizante; para um final sem glória. Sobre ti também paira uma ponte silenciosa que permite a passagem de gente das bandas do norte e das bandas do sul, em um vai e vem tranquilo, para comtemplar, quem sabe, aquele céu azul, que está sobre a Ponte do Mandacaru. Rio das Contas, por quanto tempo ainda contaremos a tua história? / Quando despertaremos dentre os políticos mortos? Parabéns, Jequié, pelos seus 123 anos de emancipação política e história! PROFESSOR JORGE BARROS