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Sociedade dos poetas mortos: disciplina, poesia, contestação e carpe diem

06/9 Sociedade dos poetas mortos: disciplina, poesia, contestação e carpe diem

Há filmes que você os assiste e nunca mais quer se lembrar dos mesmos. Mas há filmes que você os assiste, mas quer revê-los sempre que puder. Certamente um desses filmes é Sociedade dos poetas mortos (Dead poets Society), dirigido por Peter Weir, em 1989. Esse filme nos conduz à reflexão sobre o excesso de tradição, honra, disciplina e excelência no ambiente escolar. Em qualquer instituição de ensino, esses valores devem ser preservados porque, sem a preservação dos mesmos, a hierarquia, o respeito, a ordem e o valor do saber são degenerados; abrindo-se aí uma porta para a desordem das estruturas sociais e o desrespeito às organizações instituídas, e, como consequência, a quebra da hierarquia, o apodrecimento da sociedade e a sua desmoralização ante às sociedades evoluídas. A educação é o reflexo da sociedade e a recíproca não é menos exata. A educação no Brasil encontra-se na UTI. Os dezesseis anos de governo da maldita esquerda levaram para o fundo do poço exatamente o que mais contribui para o processo evolutivo do homem: a educação. Já não mais assombra ninguém vê professores apanhando de alunos, diretores de colégios sendo hostilizados por alunos, alunos destruindo bens matérias do próprio colégio, alunos assassinando professores dentro da sala de aula, alunos entrando em luta corporal dentro e fora da escola, a maioria dos alunos do ensino fundamental e médio sem nenhum interesse pelos estudos etc. Por conseguinte, não é à toa que a educação no Brasil aparece como uma das piores no mundo, no ranking de institutos de pesquisa renomados. O roteiro de Sociedade dos poetas mortos ( aqui, sem querer dar nenhum spooler) conduz o espectador a fazer uma escolha muito difícil do desfecho final do filme, no que tange à influencia do professor liberal ( magnificamente interpretado por Robin Williams) em relação aos seus alunos, em um colégio, que, a todo o custo, quer manter uma ortodoxa disciplina acadêmica e moralista, sem levar em conta que o aluno também é um ser pensante e movido por medo, emoções fortes e fracas . O professor liberal John Keating (Robin Williams) diz a cada aluno: Carpe diem, isto é, viva bem o seu dia, não dando importância às amarras que os prendem dentro e fora do próprio colégio, bem como às consequências vindouras em decorrência dessa decisão. Ensina-lhes também que a poesia não é um sentimento que deve ser imitado, e sim construído dentro de cada um, e em cada dia. Por esse filme, Robin Williams concorreu ao Oscar de melhor ator, perdendo o prêmio para Daniel Day Lewis, de meu pé esquerdo. O filme, por sua vez, foi premiado com o Oscar de melhor roteiro original (Tom Schulman); perdendo o Oscar de melhor filme para o drama lacrimoso e insosso, Conduzindo Miss Dayse (Driving Miss Dayse). Se você ainda não o assistiu, assista-o, e tire as suas próprias conclusões sobre as últimas sequencias, que, por sinal, são emocionantes e chocantes. Bons filmes terão sempre um lugar em nossas memórias. Sociedade dos poetas mortos é um deles.

Dica de um filme com algumas características semelhantes a essa produção: Perfume de Mulher (Scent of a Woman) /1992, de Martin Brest, e com Al Pacino no papel principal. Quando teremos cinema em Jequié?

Professor Jorge Barros

Contador de Cliques


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